NÃO É SOBRE FECHAR UMA AGÊNCIA.
É SOBRE ABANDONAR PESSOAS!
A notícia do fechamento da Agência Imperador Galvez, no Acre, não chegou como um aviso administrativo. Chegou como um golpe.
Um golpe na dignidade de quem já vive com tão pouco. A Caixa Econômica Federal, banco que tem no nome a palavra "Econômica", mas que deveria ter no coração a palavra "Social", está prestes a cometer um erro histórico, no país inteiro: trocar planilhas de custo pelo bem-estar da população. Este não é um apelo técnico. É um grito.
A atual gestão da Caixa faz uma manobra temerosa no final deste ano: reduzir a rede de atendimento do banco mais popular do país — banco que é o maior fomentador de habitação, infraestrutura e gerenciador de políticas públicas de distribuição de renda. Esse movimento, com verniz "técnico e tecnológico", esconde um problema muito maior: os tentáculos do bolsonarismo e da extrema-direita continuam articulados com o poder no interior do governo Lula. Negociada em nome da "governabilidade" com o chamado "centrão", a Caixa e muitas outras estatais ficaram sob o controle desse grupo político que privilegia o "mercado" e atua para desestabilizar o governo, criando clima propício para substituição do banco público pelos agentes privados do sistema financeiro — ao mesmo tempo que se preparam para "abandonar o barco" e apoiar a candidatura presidencial da extrema-direita no próximo ano.
E isso é um grande problema. Precisamos ter a Caixa administrada por empregados de carreira e por agentes políticos alinhados com a política eleita nas urnas, ao desenvolvimento social e à distribuição de renda.
A Caixa está aplicando uma reestruturação perversa da rede, movimentando compulsoriamente cerca de 1.000 empregados, fechando 128 agências neste ano, empurrando centenas de milhares de clientes — principalmente de menor escolaridade e renda — para o autoatendimento através de aplicativos e contas digitais. Está no plano da Caixa reduzir a rede de atendimento para uma agência física a cada 100 mil habitantes. Isso significa o fim do banco como ele existe hoje. A redução seria de 3.300 agências que operam hoje para apenas 2.100, aproximadamente.
A falta de transparência e o uso político da Caixa impedem o controle social da empresa e retiram, a cada dia mais, sua missão histórica:
Ampliar as ferramentas digitais — sejam agências ou aplicativos — não deve concorrer com a presença física da Caixa. Pelo contrário, deve ser complementar, num movimento que busque a total bancarização do povo brasileiro. O fechamento de uma agência da Caixa não cria apenas um "vazio bancário". Cria um deserto. Os comércios ao redor minguam. O movimento some. A sensação de abandono se instala. E a concorrência cresce (vide o crescimento das cooperativas).
A verdade é cruel: milhares de pessoas estão sendo expulsas do único acesso bancário que lhes era viável.
A Caixa Econômica é um banco público e precisa estar a serviço do povo. Por isso, é importante que todos participemos das manifestações e da luta pela manutenção das agências e pontos de atendimento — pela ampliação e valorização da rede, com ênfase no social. Não estamos pedindo um favor. Estamos exigindo um direito: o direito à cidade, o direito ao acesso.
Esta luta não é só de quem usa as agências. É de todos que acreditam numa cidade mais justa e humana. Vamos nos unir. Vamos nos fazer ouvir. Não permitiremos que apaguem a nossa luz.
A Agência Imperador Galvez e as 128 agências da Caixa FICAM, porque as pessoas importam mais que o lucro.
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